É realmente impressionante como atualmente as impressoras são capazes de imprimir em uma variedade imensa de superfícies, desde papéis até substratos plásticos como BOPP, vinil, couro e até mesmo tecido. A impressão digital de jato de tinta, por exemplo, tem conquistado cada vez mais espaço no mercado de tecidos personalizados para roupas.
O que percebo é que, diante da infinidade de máquinas, processos e tipos de mercados, que envolvem tanto alta quanto média e pequena tiragem, muitos empresários gráficos desejam abranger todas as áreas, o que acaba resultando em uma série de atividades mal executadas. Administrar uma empresa que produz agendas, calendários, cartonagem, materiais promocionais, livros, rótulos, etiquetas, sacolas e embalagens, e ainda atender diversos tipos de clientes, como grandes empresas, clientes de balcão e licitações, além de possuir uma equipe interna de vendas e representantes, pode ser um desafio complexo.
O pior é quando esses empresários decidem aceitar pedidos de novos produtos ou serviços, por vezes de técnica desconhecida, sem avaliar sua capacidade real de atendimento, acabam procurando terceiros para comprar o produto e revendê-los. O resultado desse comportamento é um mercado repleto de empresários afoitos que não possuem um direcionamento claro. Esses empresários, muitas vezes, também acabam contraindo empréstimos que não conseguem pagar, vendem sem emitir notas fiscais, abrem múltiplas empresas para fraudar o fisco, e chegam ao ponto de prejudicar a situação fiscal de seus parentes próximos.
Esses mesmos empresários são constantemente assediados por vendedores de máquinas e se deixam encantar por todo tipo de equipamento. Eles compram as máquinas primeiro e só depois saem em busca de clientes, sem sequer entenderem claramente qual é o mercado e o público-alvo que desejam atingir.
Por outro lado, existem empresários sérios que trabalham com planejamento e se dedicam a focar em seus mercados, trabalhando de forma ética e dentro dos limites legais. Todos nós temos a capacidade de estabelecer um foco claro, trabalhar localmente com uma perspectiva global. A internet nos permite alcançar uma escala nunca antes pensada para nossos negócios. Sou a favor de parcerias estratégicas e da complementaridade entre serviços oferecidos por empresas do mesmo setor. O mercado é amplo e segmentado, e se todos estudarmos os nichos, processos e produtos em que verdadeiramente somos competentes, todos podemos obter melhores resultados e atender melhor o mercado.
A visão que muitas empresas têm dos gráficos não é favorável, devido ao comportamento desesperado de pessoas que não possuem noção de planejamento e mercado. Pessoas que adquirem máquinas sem entender os custos de capital e a remuneração dos investimentos. Empresários que, se simplesmente guardassem o dinheiro no banco, poderiam obter mais lucro e não estariam destruindo seu próprio patrimônio, prejudicando o governo e arruinando o mercado para todos.
Diante dessa realidade, é fundamental que os empresários gráficos repensem sua abordagem e adotem uma postura mais estratégica. É necessário estabelecer um foco claro, identificar um mercado alvo específico e aprimorar as habilidades necessárias para atuar nesse nicho. Além disso, é crucial planejar de forma adequada, considerar os custos de capital, avaliar os riscos e garantir que todas as operações estejam em conformidade com as regulamentações fiscais e legais.
Somente através do foco, do planejamento consciente e da atuação ética poderemos elevar a reputação da indústria gráfica e garantir um futuro sustentável para todos os envolvidos. É hora de nos unirmos como empresários comprometidos com o crescimento responsável e a excelência no setor gráfico.
Juntos vamos construir um futuro de Prosperidade!
Marcos Dybas da Natividade
Presidente Sigep – Abigraf PR
Vice Presidente FIEP